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Outubro Rosa: Servidoras que superaram o câncer de mama contam o que as guiou até a cura

Publicado em 04/10/2020 Editoria: Servidor Público sem comentários Comente! Imprimir


Fé e positividade são valores que se tornaram ainda mais essenciais na vida de duas servidoras públicas estaduais após diagnóstico de câncer de mama. Elas enfrentaram a doença e após todos os cuidados superaram esse desafio com êxito.

A primeira história de superação é da servidora Marivânia Delmondes, assistente social do programa Rede Solidária - Unidade Noroeste, que é vinculado à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast).

O câncer de mama foi detectado pela própria Marivânia, quando tinha 37 anos de idade. “Descobri sozinha, me tocando em casa. Só fiz exame mesmo para ter certeza. Fiz a cirurgia no dia 15 de maio de 2015 e em julho do mesmo ano comecei a quimioterapia, foram 15 sessões ao todo, e depois fiz 30 sessões de radioterapia no Hospital de Câncer. O autoexame é primordial para cura”, reforçou.

Outro fator fundamental para a cura, segundo a servidora, foi a humanização durante o tratamento oncológico. Além do vínculo positivo que teve com o seu anjo de jaleco – como descreve seu médico oncologista -, que inclusive realiza o seu acompanhamento de seis em seis meses, ela também teve o apoio de sua família e sua fé.

“Apoiar e estimular o exercício da fé, independente de qual seja a religião do paciente, é fundamental para o tratamento. Por exemplo, minha família sempre esteve ao meu lado, mas tinha minha filha e pedia sempre para Deus não me levar embora, pois ela ainda era muito pequena e não queria deixá-la”, recorda Marivânia.

Já a servidora Silvana Maria Marchini Coelho, diretora de Educação Continuada da Fundação Escola de Governo de MS (Escolagov), percebeu um nódulo no seio esquerdo em novembro de 2019, mas postergou sua ida ao médico até fevereiro de 2020, quando foi constada uma anomalia nas células.

Com esse resultado, o médico recomendou que fosse feita a cirurgia imediata de retirada do quadrante do seio e uma investigação dos linfonodos e nódulo. O procedimento foi realizado no dia 14 de março de 2020 – início da pandemia do novo Coronavírus no Brasil.

“Não bastasse o diagnóstico do câncer, tivemos que nos deparar com o surto de Covid-19, o que gerou uma grande incerteza com relação a tudo. Mas, graças a Deus, meu médico prosseguiu com o tratamento, pois pandemia nenhuma é superior ao tratamento contra o câncer e tratamos de fazer todos os exames necessários para iniciar”, comentou.

As quimioterapias, primeira parte do tratamento, iniciaram em maio e Silvana acredita que a sua rede de apoio foi fundamental para proporcionar mais garra para seguir a sua luta diária até a superação.

“Minha família foi fundamental para o meu bem-estar. Eles e os amigos que tomaram conhecimento da minha enfermidade estavam sempre atentos ao tratamento e todos em oração pela minha recuperação para que eu mantivesse a minha imunidade alta, minha alegria usual e minha fé sempre constante.”

“Quando meus cabelos começaram a despencar, não tive dúvidas, a primeira coisa que fiz foi olhar os tutoriais na internet para aprender a colocar o turbante na cabeça. Testei e aprovei”, diz Silvana

A sua rede de apoio esteve tão presente, que assim como Marivânia, Silvana também compartilha um momento marcante que envolve a sua filha. Na segunda semana da primeira quimioterapia, os cabelos de Silvana começaram a cair e ela não teve dúvidas em raspar totalmente o cabelo, inclusive, pesquisou sobre o uso de turbantes na internet e aprovou.

“No dia em que fui à cabeleireira, minha filha e minha irmã foram comigo. Minha filha queria me acompanhar, mas não deixei. Agradeci demais pelo altruísmo dela, mas disse que o apoio que ela e meus netos estavam me dando era infinitamente superior e não exigia este tipo de sacrifício da parte deles”, relembrou.

Ela ainda continua. “Se eu puder sugerir a qualquer pessoa que esteja passando ou venha a passar por esse mesmo problema, não se preocupe... cabelo cresce! Com lindos turbantes e lenços, nossa autoestima se mantém e até indico peruca, se for da vontade do (a) paciente.” 

Agora, quatro meses após iniciar o tratamento, mais especificamente na penúltima semana de setembro, a servidora da Escolagov também encerrou o segundo ciclo do tratamento, que consistiu em 19 sessões de radioterapia, todos os dias.

“Consegui vencer esta etapa e sou muito grata a Deus por toda a rede de apoio que Ele me proporcionou. Agora darei início ao último tratamento, que deverá ser de cinco anos, a hormonoterapia. Naturalmente, devo refazer os exames de imagem a cada período estipulado pelos médicos para assegurarmos a cura”. 

Silvana ainda recorda que seu pior e melhor momento durante o tratamento aconteceram juntos. Sempre quando tinha que contar para os familiares e amigos o que estava se passando, pois percebia a tristeza nos olhares e vozes.

“Eu tinha que transformar aquele momento em algo bom. Abria um sorriso, que graças a Deus é da minha natureza, os deixava tranquilos, pois eu estava bem e tinha certeza de que tudo seria encaminhado da melhor maneira possível. Nunca perdi a minha Fé de que Deus estava e está no comando da minha vida e aconteça o que acontecer, eu aceito com resignação e gratidão”. 

Já para Marivânia, o melhor momento foi fazer amizade com mulheres que estavam passando pelo mesmo processo de tratamento. “Através de um momento delicado resolvemos montar um grupo chamado ‘Mulheres de Peito do MS’ para poder trocar experiências e ser um meio de autoajuda. Nesses cinco anos de grupo, realizamos encontros mensais com lanches, saídas em shopping e algumas fazem artesanatos, como terapia ocupacional. Mas devido a pandemia mundial, este ano estamos sem nos encontrar”, explica.

Mesmo as duas tendo encontrado o caminho para a superação e uma forma positiva de ver o desafio que enfrentavam, as servidoras reforçam a mensagem do Outubro Rosa: a importância do autocuidado para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.

“O autocuidado é importantíssimo para a nossa saúde, pois ele nos leva ao diagnóstico precoce e a nossa cura depende do diagnóstico precoce. Fiquei quatro anos sem ir ao médico e por não ter cuidado da minha saúde com o zelo que ela merecia, precisei passar por cirurgia, quimioterapia, radioterapia e agora serão cinco anos de hormonioterapia. Não deixem que isso se passe com vocês, amigos. Prevenir é melhor do que remediar”, finaliza Silvana.

› FONTE: Portal do MS


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