Começa neste sábado (06) a instalação dos dispositivos de liberação de ovos (DLOs), ou, como também é conhecido, a “Casa do Wolbito”. Estes dispositivos serão utilizados na região do bairro Moreninhas, no lugar da soltura de insetos adultos, que é o que acontece nas outras áreas onde o Método Wolbachia já está sendo instalado.
Este é um projeto piloto em Campo Grande, que irá facilitar a soltura dos mosquitos Aedes aegypti que estão têm a bactéria Wolbachia em seu organismo. Os dispositivos serão instalados em locais públicos, como praças e parques da região, equipamentos com água e alimentação para as larvas se desenvolverem após a eclosão dos ovos, que serão colocados através de cápsulas mesmo recipiente.
Ao todo, serão montadas cerca de 740 Casas do Wolbito por semana, instaladas pelos agentes de endemias da região aos sábados, através de mutirões semanais, fazendo a substituição destes recipientes a cada 15 dias.
De acordo com o coordenador do projeto em Campo Grande, Antôniol Brandão, está é uma metodologia autossustentável, uma vez que toda o mosquito que tem a bactéria a passa para as próximas gerações.
“A ‘Casa do Wolbito’ é um recipiente plástico contendo água e uma cápsula que já vem pronta do Rio de Janeiro com ovos de wolbitos e ração para as larvas. Naquele recipiente, os wolbitos se desenvolvem, passam por todos os estágios larvais até atingirem a forma adulta alada e saírem voando para proteger a região da dengue, Zika e chikungunya”, explica.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Randomizado Controlado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue e redução em 86% de hospitalizações em decorrência da doença em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de Zika nas áreas onde houve a liberação dos Aedes aegypti com Wolbachia.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Veja a ilustração abaixo.
Método Wolbachia em Campo Grande
Em Campo Grande, as liberações começaram pelos bairros da Fase 1 de implementação: Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os Wolbitos foram liberados semanalmente, durante 30 semanas, por agentes da Prefeitura de Campo Grande. Na Fase 2, os bairros contemplados foram: Taquarussú, Jacy, Jockey Club, América, Piratininga, Parati, Pioneiros, Alves Pereira, Centro Oeste e Los Angeles.
A fase de engajamento da Fase 3 está sendo finalizada e a previsão para início da soltura é em 25 de outubro. Nesta etapa estão os bairros Carandá Bosque, Vila Carlota, Chácara Cachoeira, Dr. Albuquerque, Estrela Dalva, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Noroeste, Rita Vieira, São Lourenço, Tiradentes, TV Morena, Universitário, Jardim Veraneio e Vilas Boas.
O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.
› FONTE: PMCG