Durante a pandemia da Covid-19, uma das principais preocupações da Administração Municipal é em relação à saúde mental dos servidores públicos, e um dos projetos mais importantes da Secretaria Municipal de Educação/SEMED é nesta área. Desde 2018 até 2020, concretizaram-se mais de 15,3 mil atendimentos aos profissionais que atuam na Rede Municipal de Ensino/REME.
O projeto é realizado pela Superintendência de Gestão e Normas/SUGENOR, com mediações, palestras, resoluções de conflitos, lives e atendimentos diversos aos educadores e funcionários administrativos da educação. Em anos anteriores, os alunos e famílias foram atendidos pelo projeto, entretanto, por conta da pandemia, os profissionais da REME também passaram a ser acolhidos e foram o foco das ações desenvolvidas neste ano.
Desde 2018, quando o projeto teve início, até agora, foram realizados mais de 15.318 atendimentos. Parte da assistência prestada (um total de 1.571) ocorreu durante o ano de 2020. As principais atuações são individuais, para encaminhamento dos casos de depressão, ideação suicida e autolesão, além do trabalho realizado em escolas de outros municípios.
Em 2018, no primeiro ano de trabalho, o projeto realizou 2.596 atendimentos. Depois disso, com o sucesso das ações trabalhadas nas unidades escolares da REME, passou para 11.151 atendimentos.
Durante o período de pandemia, de forma segura e com medidas de biossegurança, houve a continuidade das ações, com propostas videoconferência, uso de redes sociais e, quando presencial, o distanciamento físico, uso de máscaras e álcool em gel para desinfecção. O Projeto tem por principal foco a defesa incondicional da vida, mediante o fortalecimento da autoestima e da solidificação de valores que sustentam o desenvolvimento psicossocial e contribuem para a promoção da resolução de conflitos cotidianos vivenciados pelas crianças e adolescentes das unidades da REME e profissionais da educação.
Com atuação pioneira no Brasil, o trabalho é coordenado pela SUGENOR e surgiu com a preocupação do aumento dos índices de autolesão, violência, tentativas de suicídios e suicídios entre crianças e adolescentes na Capital. “A importância é o foco na defesa incondicional da vida, fortalecer a autoestima, resolução de conflitos, contribuir para que os educadores possam se identificar como principais articulares no processo educacional e mostrar aos servidores da educação, que a SEMED se preocupa com a saúde de cada um que compõe a nossa rede”, explica a Superintendente Alelis Izabel Gomes.
Ela ressalta que o trabalho continuará sendo muito importante para o próximo ano letivo, no retorno das aulas, visto os problemas causados pela pandemia. Por conta da crise de distanciamento, ausência de trabalho, inseguranças e incertezas, poderá ocorrer intensificação dos problemas psicológicos. “Acredito que ano que vem teremos mais trabalho. Verificamos como aumentaram as tendências de idealização suicida. Acredito que, quando retornarem as aulas, a demanda será maior”, afirma.
Para quem foi atendido pelo projeto, a atuação assertiva é elogiada. “Participei da reunião, foi muito bom. Contei para o grupo sobre a minha mãe, chegando em casa conversei com ela e ficou bem melhor. Graças a Deus está melhor. A gente conversa muito e isso foi bom para ela e para mim”, explica uma servidora, que preferiu o sigilo e falou sobre a situação da mãe, que passa por problemas.
Outra servidora, que também pediu para não ser identificada, procurou o projeto para ajudar a filha. “Um ano atrás, minha filha tentou suicídio, depois de um relacionamento abusivo. Ela nunca me contou e só descobri quando tentou tirar a própria vida. Depois do susto, me orientaram a procurar o projeto, onde foram feitos todos os encaminhamentos. Ajudaram a levantar a autoestima dela e me prepararam para ajudar minha filha. Procuramos acompanhamento especializado”.
Ações na pandemia
No período da pandemia, o projeto atuou em diversas frentes de promoção da saúde mental, com palestras de orientação para diretores, coordenadores, administrativos e professores, além de orientação às família e vivências com os alunos, de forma remota.
Outras ações também foram realizadas, a exemplo a mobilização contra exploração sexual de crianças e adolescentes no Carnaval 2020, Maio Laranja (contra o abuso infantil), mobilização pela Valorização da Vida na imprensa, evento anual pela Valorização da Vida via youtube e TV REME, no aniversário do projeto, e compartilhamento de práticas pela promoção da saúde mental com parceiros e instituições.
As atividades foram trabalhadas remotamente, por meio das redes sociais. “Neste ano de pandemia, tivemos de nos organizar para fazer o trabalho a distância, seguindo protocolos de distanciamento, e as escolas precisaram seguir esse protocolo. Assim, houve diversas frentes de atendimento à saúde mental”, finalizou Alelis Izabel.
› FONTE: PMCG