Caso positivo de covid-19 põe em alerta condomínio com 2 mil moradores
Publicado em 30/04/2020
Editoria: Coronavírus
Os grupos de WhatsApp de moradores das oito torres do Vitalitá Condominium Club, em frente ao Parque Sóter, em Campo Grande, foram alertados na noite desta quarta-feira (29): há um caso positivo de covid-19 entre os habitantes dos 769 apartamentos. Apesar de a moradora ter se mudado para fazer quarentena em outro lugar, a notícia provocou medo e intensificou as preocupações de quem vive no residencial. São cerca de 2 mil pessoas.
No mapa da covid-19 traçado pela prefeitura de Campo Grande (acompanhe aqui) aparecem pontos vermelhos indicando a presença do novo coronavírus na vizinhança. Por isso, a orientação espalhada pelo lugar é de que todo cuidado é pouco, no combate a um surto.
A reportagem esteve no Vitalitá nesta manhã, foi autorizada a entrar brevemente na recepção, sempre com o cuidado de usar máscaras, como é solicitado tanto aos moradores quando a prestadores de serviço, segundo recado afixado na portaria. Percebeu-se que existem alertas visíveis sobre medidas de segurança, que há álcool gel disponível nas áreas comuns e que, em sua maioria, as pessoas estão saindo protegidas. No elevador, a orientação é de uso "individual" ou no máximo por grupos familiares, já em convívio.
Da entrada, é possível ver que a área de lazer, como piscina e quadras de esporte, está fechada. Se depender do síndico, Luiz Fernando Villar, vai continuar assim por pelo menos 20 dias. Ele comenta que a confirmação do caso positivo de covid-19 demostra a necessidade de manter as medidas restritivas de circulação. O assunto está em debate com a prefeitura e existe negociação para afrouxar mais as determinações.
Villar entende que não é hora. Na avaliação dele, a flexibilização nas restrições adotadas pela prefeitura desde março teve impacto direto nos novos casos da doença, incluindo a moradora do residencial, considerada bastante discreta. Ela estava assintomática, lembrou o síndico.
“Muita gente voltou a trabalhar e teve mais circulação”, pontua. Villar enxerga movimento “quase normal” hoje.
Síndico, Luiz Fernando Villar, defende restrições de circulação por mais tempo.
Precaução é preciso – O síndico se mostrou tranquilo quanto às providências adotadas e disse ter recebido a equipe por entender que é necessário falar de prevenção ao novo coronavírus o tempo todo, para que as pessoas se protejam.
“A intenção em falar não é de alarmar, mas que isso sirva de exemplo para cuidado e não afrouxar as regras”.
Durante o tempo no qual o Campo Grande News esteve no Vitallitá, encontrou pouca gente sem máscara. O professor aposentado Nelson Barbosa, 70 anos, estava na entrada do condomínio, na volta da caminhada matial. Admitiu ter ficado esse período sem a proteção no rosto porque incomoda ao andar.
Ele mora com a esposa, de 52 anos, e considera que “todo mundo está tomando as precauções necessárias”. Agora, afirma, “vão redobrar os cuidados, mas sem alarme”..
“Todo mundo está se cuidando”, concorda a servidora pública Renata Carpes, de 35 anos. Ela mora com o marido e o filho de 16 anos e está em regime de teletrabalho. Só sai de casa, diz, para o essencial, para supermercado, por exemplo. Renata se disse preocupada e com receio de há haver outros moradores contaminados.
Na porta do conjunto de apartamentos, a reportagem encontrou um sinal de alerta, uma trabalhadora doméstica sem proteção. A despeito da informação sobre a chegada da doença no local de trabalho, ela rejeitou estar com medo. “Isso é realidade da vida, que tem de enfrentar”, sentenciou.
Pontos vermelhos no mapa mostram onde há casos confirmados de covid-19 em Campo Grande. Os sinas verdes são suspeitas. Circulado, está o condomínio onde moradora testou positivo, que ainda não está assinalado. (Foto: Reprodução). - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
› FONTE: Campo Grande News