Alunos da Escola Municipal de Educação infantil Coração de Maria participaram, nesta terça-feira (19), de uma roda de conversa com o indígena Dionedison Terena, sobre os costumes indígenas e como é morar em uma aldeia urbana.
A iniciativa foi da professora de Arte Patrycia Luz, que desenvolveu um projeto sobre a obra “Nandê retã – territórios indígenas de Mato Grosso do Sul”, da poetisa e escritora Mara Calvis que, por meio da narrativa construída entre a personagem Dona Entre e o seu neto Kauhê, leva as crianças a compreensão sobre a localização territorial e geográfica dos grupos indígenas do Estado, sua cultura e o modo de viver das etnias.
O livro ainda possibilita uma interação dinâmica das crianças indígenas e não Indígenas com os adultos, professores, pais, mães e parentes por meio da organização de espaços e momentos, para fazerem a leitura que apresenta o texto de maneira ilustrada, além da história dos povos indígenas que habitam Mato Grosso do Sul.
A professora Patrycia Luz explicou que, como na EMEI não há nenhuma criança indígena ou descendente, ela considerou importante levar um representante de alguma etnia para abordar a realidade indígena e mostrar que os índios estão inseridos na sociedade como qualquer outra pessoa, trabalhando e estudando.
Curiosidade
O tema despertou a curiosidade dos alunos, que participaram da conversa na área externa da EMEI e tiveram a oportunidade de conhecer artefatos indígenas como cestas, panelas de barro, cocar, adereços diversos, vestimentas e até um arco e flecha específico para crianças brincarem. Durante a exposição, as crianças lembraram das aulas e foram especificando o nome dos objetos e até a maneira de produzi-los.
“Foi uma experiência muito rica porque os alunos puderam ter uma proximidade e vivência dessa cultura e também queria trabalhar a questão da humanização. Eles viam o índio como um personagem, um ser mágico que só usa vestes tradicionais e não imaginavam que eles também usam roupas como as nossas”, pontuou a professora Patrycia.
Para Dionedison Terena, apesar de Mato Groso do Sul ter a segunda maior população indígena do país, muitas pessoas ainda acreditam que os índios estão restritos às suas aldeias. “As crianças pensam que moramos no mato e, por isso minha intenção foi mostrar que aqui em nosso Estado a realidade é diferente da região do Amazonas, por exemplo”, afirmou.
› FONTE: http://www.campogrande.ms.gov.br