De 3 a 25 de maio, o Centro Cultural José Octávio Guizzo se transforma num local de divulgação da cultura afro-brasileira. Serão realizadas exposições, pintura ao vivo, desfile de moda, brechó, projeção de filmes, festa à fantasia, Foodtrucks e discotecagem com DJs.
O evento, intitulado Iorubá, surgiu a partir do projeto de mesmo nome, criado pelo designer de moda Fabio Mauricio. A ideia nasceu em 2017, tendo como tema África, e busca adaptar mitos, lendas e influências da cultura do Brasil por meio de roupas conceituais feitas de forma artesanal e artística: “As religiões de matriz africana carregam uma tradição cheia de boas histórias e muita riqueza cultural. Porém, nem sempre essas manifestações recebem seu devido valor”, diz Fábio.
Na cultura africana os orixás são a representação de Deus na natureza. Cada um carrega uma infinidade de pontos fortes de cultura que foram introduzidos no Brasil pela entrada dos escravos vindos de várias partes da África. “A cultura brasileira é, desde seus primórdios, fortemente influenciada pela cultura africana, o que coloca o Brasil no patamar de una das culturas mais ricas do mundo contemporâneo”.
Para criar o evento, Fábio Maurício se inspirou no livro “A Mitologia dos Orixás” do professor Reginaldo Prandi. A obra retrata a grande reunião que aconteceu no palácio do grande Deus, à qual os orixás compareceram ricamente vestidos, pois iriam receber as riquezas do mundo.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar; Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumada; Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante; Oxum cobriu-se de ouro e trazia nos cabelos as águas verdes dos rios, Oxumarê trajava todas as cores do arco-íris e trazia nas mãos os pingos frescos da chuva; Iansã foi vestida de um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que escolheu das tempestades; Xangô cobriu-se de trovão e Oxalá estava envolto a tecido de algodão branco e a testa ostentada por uma pena de papagaio vermelha.
Foi seguindo esses relatos que Fabio Mauricio desenvolveu uma coleção de moda conceitual e que o artista plástico Ghva utilizou como ponto de partida para telas que serão pintadas durante todo o mês de maio, no Centro Cultural.
O desfile consiste em 17 modelos que representarão cada orixá segunda a visão do estilista, numa performance elegante, forte, dinâmica e divertida. As roupas são feitas à mão com bordados rebuscados com mix de materiais, modelagens indecifráveis, estamparia, volumes inesperados, com características surreais e contemporâneas. Os adereços são confeccionados exclusivamente para o evento.
A exposição de telas do artista plástico Ghva será composta por 17 telas, as quais estarão todas expostas e apenas iniciadas com as cores de fundo. Serão terminadas durante o evento, tornando-se também um dos acontecimentos semanais.
O objetivo do evento é fomentar a cultura e arte moderna tais como a moda, música e comportamento, com ênfase na cultura afro-brasileira. A programação é gratuita e aberta ao público. Confira abaixo as datas e horários:
Dia 3 de maio, às 19h: Exposição Orum, do artista Ghva; Desfile de moda Olorum, de Fabio Mauricio, Discotecagem com o DJ Mario Francis.
Dia 11 de maio, às 16h: Bazar de Inverno; Cine Café com exibição do filme “França: Chaos e Cration”; Discotecagem com DJs convidados.
Dia 16 de maio, às 16h: Editorial de moda fotografado no Centro Cultural.
Dia 18 de maio, às 16h: Bazar de Inverno; Cine Café com exibição do filme “Blow up”.
Dia 25 de maio, às 19h: Encerramento com Cine Fantasy (festa à fantasia do Cine Café com premiação da melhor fantasia); Discotecagem com a DJ Bibiana Vargas.
Sinopse dos filmes:
“Franca: Chaos and Creation” (2016; 1h20min), documentário sobre a lendária editora da Vogue Italia Franca Sozzani, dirigido pelo próprio filho, Francesco Carrozzini. O filme é um passeio pela vida pessoal e profissional da editora, que morreu em dezembro de 2016, e mostra momentos polêmicos de seus 28 anos à frente da publicação.
“Blow Up: Depois daquele beijo” (1966; drama/thriller; 1h51min; direção de Michelangelo Antonioni): Um fotógrafo de moda de Londres decide fotografar um casal misterioso em um parque. Quando revela os negativos, acredita ter fotografado um assassinato. Ele retorna ao parque e descobre que há, de fato, um cadáver no matagal.
› FONTE: Portal do MS