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Promessa de hub logístico, Porto Murtinho recebe investimentos públicos, privados e internacionais

Publicado em 27/10/2020 Editoria: Governo sem comentários Comente! Imprimir


Com localização privilegiada dentro da Rota Bioceânica entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, o município sul-mato-grossense de Porto Murtinho deve se transformar nos próximos anos em um grande hub logístico da América do Sul, ou seja, um importante centro de exportação e importação do continente.

Governos estão empenhados na viabilização do corredor rodoviário entre os oceanos Pacífico e Atlântico. E o principal projeto para a efetivação da Rota é a construção da ponte de aproximadamente 680 metros sobre o Rio Paraguai, que liga o Brasil ao País vizinho pelas cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

Rota Bioceânica liga os oceanos Atlântico e Pacífico por rodovias (Ilustração Itaipu Paraguay)

Acordo entre Brasil e Paraguai definiu que a travessia será construída com recursos da usina hidrelétrica Itaipu Binacional Paraguay. O projeto está na fase de estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental e a estimativa é de que sejam investidos US$ 75 milhões na obra, que deve iniciar em 2021 e terminar em 2023.

Do lado brasileiro, governos estadual e federal agilizam obras para estruturar Porto Murtinho dentro da Rota Bioceânica. Com R$ 25,2 milhões de recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rodoviário de Mato Grosso do Sul), o Estado pavimenta o acesso à região portuária da cidade, onde já existe dois portos em operação e outros dois serão construídos por empresas argentinas.

Mapa mostra contorno rodoviário que será feito com recursos federais (Ilustração: Dnit)

Em andamento desde abril, as obras estão 38,12% concluídas e devem ser finalizadas em fevereiro do ano que vem. Serão pavimentados 7,19 quilômetros entre a BR-267 e o Rio Paraguai, na região dos portos que fica ao Sul da cidade. As faixas de rolamento da pista terão 3,5 metros de largura e os acostamentos de 2,5 metros. 

Além pavimentar o acesso aos portos, existe a necessidade de construir o acesso à ponte Brasil/Paraguai. Essa segunda obra estruturante está sob a responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que já contratou uma empresa para fazer o projeto do contorno rodoviário em Porto Murtinho. O acesso terá 13,10 quilômetros e sete pontes, com extensões entre 100 e 700 metros.

Com R$ 25,2 milhões, Estado pavimenta acesso ao distrito portuário (Foto: Toninho Ruiz)

Rota de escoamento

Porta de entrada e saída do Brasil pelo Rio Paraguai, Porto Murtinho vem ganhando cada vez mais força como rota de escoamento da produção agrícola e industrial de Mato Grosso do Sul e de estados vizinhos. As exportações brasileiras pela cidade somaram US$ 74,5 milhões em 2019 e US$ 128,8 milhões em 2020, entre janeiro e agosto.

Embarcação é carregada com grãos (Foto: Edermir Rodrigues)

Os dados são do Ministério da Economia e foram tabulados por técnicos da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

No ano passado, os países que mais compraram do Brasil usando Porto Murtinho como rota foram a Argentina, a Bolívia e o Paraguai. Na outra ponta, os que mais venderam foram a China e a Rússia.Já os estados brasileiros que mais utilizaram a cidade sul-mato-grossense foram São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

Sementes e frutos oleaginosos; grãos e frutos diversos; plantas industriais e medicinais; e palhas e forragens são os produtos mais vendidos por Porto Murtinho. Na sequência aparecem ferro e aço; e sal, enxofre, terras, pedras, gesso, cal e cimento.

Modal hidroviário

Os investimentos públicos e privados feitos no modal hidroviário de Porto Murtinho projetam o município para o progresso. Construído pelo Governo do Estado, o primeiro porto da cidade foi concessionado à iniciativa privada. Administrado pela APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho), o terminal foi responsável por toda exportação e importação em 2019. Em março deste ano, um segundo porto entrou em operação. Pertencente ao Grupo FV Cereais, a unidade intensificou o transporte hidroviário. Atualmente, os dois terminais juntos são responsáveis por 10% da exportação de grãos de Mato Grosso do Sul.

Além dos dois portos já em operação na cidade, outros dois projetos de modal hidroviário estão em andamento. Vislumbrando um horizonte de negócios na região que tende a ser um dos principais entrepostos comerciais, as empresas argentinas Navio e Porto Saldeiro planejam a implantação de dois terminais em Porto Murtinho em 2021. Os investimentos são na cifra dos milhões de reais.

Ponte no modelo estaiada será erguida entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta para facilitar a navegação de embarcações

Estruturação da cidade

Atento ao boom de desenvolvimento em Porto Murtinho, o Governo do Estado articula investimentos para que a cidade cresça estruturada. Na gestão do governador Reinaldo Azambuja, R$ 86,8 milhões foram investidos em todas as áreas, especialmente em infraestrutura urbana e rural.

Com R$ 66,7 milhões, 83% de tudo que foi investido na cidade nos últimos cinco anos e meio, o Estado revitalizou ruas e avenidas; implantou sistema de esgoto; construiu pontes de concreto; e fez obras de pavimentação e drenagem de águas pluviais em vias de Porto Murtinho.

O Estado ainda trabalha na obra emergencial de recuperação e reforço da cortina de contenção do dique do Rio Paraguai, que segura grandes enchentes na época de cheia no Pantanal. A estrutura ruiu em outubro de 2019. De lá para cá, o governo atua na resolução do problema.

Porto Murtinho vive boom de desenvolvimento (Foto: Chico Ribeiro)

› FONTE: Portal do MS


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