Desde a última segunda-feira (03), o Núcleo de Alto Rendimento Esportivo (NAR), localizado na zona sul de São Paulo, está reaberto para a prática esportiva. É lá que está treinando, desde então, um grupo de oito velocistas sob orientação do técnico Katsuhico Nakaya. Fazem parte da equipe Vitória Rosa e Eduardo de Deus. Ela tem o índice olímpico para os 200 metros rasos. Já ele está classificado à Olimpíada na prova dos 110 metros com barreiras.
“Conforme os protocolos, temos aproximadamente duas horas para usar a pista, três vezes por semana”, disse o treinador à Agência Brasil. A volta ocorre após quatro meses, período que o espaço ficou fechado por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Para Nakaya, o fundamental nesse momento é evitar lesões: “Na pista sintética, podemos voltar aos trabalhos específicos. Mas é importante fazer isso de forma gradativa. Esse contato com a pista é muito mais intenso. Então estamos indo aos poucos”. Segundo o treinador, os equipamentos de peso ainda não estão disponíveis e o espaço só pode receber 20% da sua capacidade.
Nakaya diz também que, antes mesmo da reabertura, a equipe já estava conseguindo fazer algumas atividades no Parque do Ibirapuera, em São Paulo: “no início da pandemia, os trabalhos eram feitos em casa. Mas depois de cerca de três meses, passamos a usar esse espaço aberto, bem arborizado, lá no parque. Tem um gramado bem nivelado. Conseguimos fazer bastante coisa de aceleração e de potência aeróbica”.
O treinador explicou o trabalho que pretende fazer com a velocista Vitória Rosa. Ela já tem o índice para os 200 metros (22s72), deve conseguir também a marca dos 100 metros (11s15) e participará do revezamento 4x100 metros. “A Vitória já atingiu um nível muito alto. Daqui para frente, é detalhe. A questão é focar diretamente nas deficiências da corrida. Podemos ter ganhos significativos nas marcas trabalhando dessa forma”, declarou.
Enquanto isso, a preparação com o barreirista Eduardo de Deus é focada na parte física. Com a marca de 13s3, ele alcançou o índice para a prova dos 110 metros com barreiras. “Tecnicamente, ele é muito bom. Isso é excelente. Porque a parte mais difícil de aperfeiçoar é justamente essa. Mas, na parte física, ainda preciso trabalhar com ele. Se o atleta melhora um milésimo no salto de cada uma das dez barreiras, lá no final vai ter um ganho significativo no tempo”, diz o treinador.
Ana Cláudia Lemos, Jailma Sales de Lima, Ana Carolina Azevedo, Vinícius Catai, Kaio Lira e Alan Gusmão também estão na equipe que trabalha no NAR.
A janela para obtenção dos índices olímpicos será reaberta em dezembro. No Brasil, conforme calendário divulgado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), devem ocorrer pelo menos duas competições nesse mês: o Grande Prêmio Brasil, no dia 6, e o Troféu Brasil Caixa, entre os dias 10 e 13. Os dois torneios ainda não têm locais definidos. Katsuhico Nakaya trabalha para que a equipe chegue bem no final do ano para colocar mais atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio: “tudo indica que as competições serão em Bragança Paulista, mas ainda dependemos da confirmação oficial”.
Com essa reabertura gradual dos locais de treinamento, o experiente treinador considera que esse não é o melhor momento para enviar a equipe para Portugal, dentro da Missão Europa. “Falei com eles. Claro que essa é uma decisão individual. Hoje em dia podemos trocar ideia pela internet. Isso facilita. Mas, na minha opinião, acho que o melhor é ficar aqui. O espaço no NAR é o ideal para trabalharmos. E tem vários outros espaços que estão reabrindo aqui no Brasil”. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a CBAt projetam, para a segunda quinzena de agosto, o envio de alguns representantes da modalidade, que fazem parte do Programa de Preparação Olímpica, para treinar em Rio Maior, em Portugal, dentro da Missão Europa do COB.
› FONTE: Agência Brasil