A equipe de paisagismo do Reviva Campo Grande plantou, na noite dessa terça-feira (17), várias unidades de novas árvores na Rua 14 de Julho, no trecho que compreende as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso. O processo de replantio iniciou-se na semana passada, com a remoção de 70 árvores que não vingaram.
A consultora socioambiental do Programa, Juliana Casadei explica que, diferentemente de plantios de plantas jovens, os transplantes arbóreos são árvores adultas retiradas de seu habitat natural para serem replantadas em outro local. Portanto, a árvore transplantada já é um indivíduo adulto.
“Para que o transplante ocorra, as árvores sofrem uma etapa de preparo que começa meses antes. As raízes laterais são cortadas para formar o torrão, num procedimento chamado de sangria. Quando elas são transplantadas no novo local, naturalmente perdem as folhas, pois a árvore se concentra em formar novas raízes. Esse processo de adaptação ao novo local pode levar em torno de quarenta dias. Nesse período, a árvore parece estar seca, mas, na verdade, ela está se preparando para a etapa que está por vir”, explica a técnica.
De acordo com a consultora, cada espécie tem uma forma de se adaptar a esse procedimento, mas para todas há uma taxa de mortalidade admitida. “Nos estudos realizados no Brasil e exterior, essa variação de sobrevivência vai de 50 a 70%, embora não existam pesquisas suficientes para todas as espécies”, pontua.
Foi o que aconteceu na Rua 14 de Julho. Quem passou pela via percebeu que algumas espécies se adaptaram muito bem, como os ipês brancos, já outras, não foram para frente. “Além de sobreviver ao transplante, algumas árvores chegaram a florescer logo após a intervenção. Outra espécie que se adaptou muito bem foi o Aldrago”, lembra Juliana.
Apesar do risco de não vingar, a consultora avalia o procedimento como muito vantajoso. “Uma árvore de ipê, por exemplo, para produzir suas primeiras flores, leva em torno de quatro anos. As árvores plantadas na Rua 14 de Julho já são adultas, com alturas entre cinco e oito metros. Se fossem plantadas em mudas, com 1,80 metro, levariam muitos anos para chegar ao estágio de desenvolvimento que estão agora”.
Paciência e cuidado
Por se tratar de um processo demorado, o desenvolvimento das árvores depende dos cuidados que a população tem com elas. Após a entrega da obra, a manutenção está sendo feita pela Engepar, prevista em contrato, mas depois de um período, caberá a cada indivíduo proteger e manter sadios os exemplares. Não jogar bitucas de cigarro e lixo nos “pés” das árvores, não pendurar sacolas ou colar cartazes nos troncos, não colocar pregos, não fumar próximo a elas, não despejar restos de tinta ou sabão são algumas das atitudes que podem ser adotadas por todos.
“A população precisa ter paciência, pois vale a pena o esforço. Todos os benefícios ambientais que a árvore pode proporcionar serão colhidos muito mais rápido”, destaca a consultora. O replantio não tem custo adicional para a Prefeitura e será feito quantas vezes for necessário com o devido acompanhamento técnico da equipe de paisagismo do Reviva Campo Grande.
› FONTE: PMCG