Para fortalecer sentimento de pertencimento, Sectur promove estudo a respeito dos bens da Rua 14 de Julho
Em pesquisa realizada pela equipe de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), encabeçada pelo arquiteto e funcionário público da Secretaria, Fernando Batiston, o material recupera os enredos daqueles que começavam a trilhar a cultura campo-grandense, especialmente daqueles que formataram a Rua 14 de Julho e entorno, muito antes de Campo Grande receber o título de Capital e mesmo antes da divisão do Estado.
Por meio de personalidades responsáveis por projetar Campo Grande através dos estilos arquitetônicos famosos em cada década, a principal Rua da cidade, que já recebeu os nomes de Beco, Rua João Pessoa e Rua Aníbal de Toledo, guarda curiosidades como o “Edifício Olinda”, considerado um ícone da Rua 14 de Julho, de 1939.
O “Edifício Olinda” foi construído em localização privilegiada, em esquina com a Avenida Afonso Pena e seu caráter icônico é explicado por representar o início da verticalização da cidade, sendo o primeiro a receber um elevador, fato que apontava Campo Grande em direção à modernidade.
Em outra zona da cidade, quem aí nunca ouviu falar na Rua Spipe Calarge? O endereço, a princípio, não tem nada a ver com a Rua 14 de Julho mas do lado oposto ao “Olinda”, um sobrado, também localizado na esquina com a Afonso Pena – que hoje abriga um comércio telefônico – foi construído em 1912 justamente pelos irmãos Calarge, Spipe Calarge, Felipe Calerge, Elias Calarge e Francisco Calarge.
Entre as ruas Antônio Maria Coelho e Maracajú, o prédio de numeração 2.554 só existe porque seu construtor, o maquinista da Noroeste do Brasil, Alfredo Silva, levou uma verdadeira ‘bolada’ da antiga loteria “A Fortuna”.
A 14 de Julho já foi ponto de encontro de casais na época em que a paquera era conhecida como ‘footing’, especialmente no entorno do antigo Relógio, ao lado da praça Ary Coelho. Ela também foi o berço do presidente Jânio Quadros, nascido em um edifício de esquina com a Rua Antônio Maria Coelho, que veio a se tornar, posteriormente, o Hotel Presidence em homenagem ao acontecimento.
O nascimento do antigo presidente do Brasil na Capital já foi fato lendário por aqui, desmistificado no ano de 1955 na edição de número 450, do Jornal Correio do Estado.
“É curioso saber dessas histórias que costuram o início da principal rua de comércio da nossa Capital. Essas pessoas seguem vivas por meio da arquitetura do Centro de Campo Grande, que a partir do dia 29 de novembro terá destaque com a retirada dos fios dos postes de energia e toda a modernização paisagística que foi pensada pela equipe da Central de Projetos”, pontua a secretária municipal de Cultura e Turismo, Melissa Tamaciro.
Fernando Batiston destaca que essa pesquisa é especial por despertar o sentimento de pertencimento ao patrimônio. “O estudo alinha as informações dos bens com o momento histórico no qual passava o Brasil e o mundo. Desta maneira conseguimos situar a população e instigar nas pessoas a vontade de preservar sua história e cultura por meio da perpetuação dos bens patrimoniais”, finaliza Batiston.
› FONTE: PMCG