A terceira edição da Expocampo, que este ano teve como tema “Agroecologia como perspectiva de sustentabilidade socioambiental na educação do campo”, consolidou sua característica de servir como um expositor para a rica produção das oito escolas do campo e suas extensões, da Rede Municipal de Ensino (Reme). A variedade de produtos chamou a atenção do público, que lotou os corredores do Centro de Formação da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para conferir as novidades deste ano e levar para casa um pouco dos doces, queijos, hortaliças, ovos e até bijuterias de sementes e cascas de árvores.
Desde a primeira edição do evento, no início da atual gestão, os profissionais que atuam nas unidades do campo vêm aprimorando as produções e tirando proveito das capacitações oferecidas pela Semed para inovar. Na abertura da exposição, a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, revelou que o projeto, para a quarta edição em 2020, é realizar a exposição em um espaço maior, oferecendo mais conforto e estandes ao público.
“A exposição é um momento de troca de experiências e informações, mas também para divulgar o trabalho destas unidades, que cresce a cada ano, por isso, no próximo ano, vamos trabalhar para realizar um evento maior, em um local mais acolhedor”, disse.
Parceiro no evento, o chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte, Ronney Robson Mamede ressaltou a importância de incentivar o interesse pelo agronegócio. “É uma satisfação participar de mais este projeto com a prefeitura de Campo Grande. A agricultura é baseada em Ciência, o que pressupõe Educação. Sempre que houver iniciativas desta natureza, que apoia a agricultura e a educação do campo, estaremos presentes”, enfatizou.
A proposta da Expocampo e do seminário realizado na noite de quinta-feira (7) é valorizar as práticas pedagógicas, incentivar pesquisas e promover parcerias estabelecidas nas escolas do campo, além de viabilizar a exposição dessas pesquisas e trabalhos realizados nas unidades.
Curiosidades
Entre os trabalhos que despertaram a atenção do público, estava o doce de miolo do mamoeiro, que se assemelha a uma cocada, sucos detox, feitos com frutas e verduras, chás e até amaciantes de roupas, tudo produção da escola “Leovegildo de Melo”. A professora Elaine Aparecida Dias Ribeiro disse que a participar da Expocampo é a oportunidade de mostrar que os projetos pedagógicos implantados foram cumpridos. “Essa é a nossa devolutiva, saber que nossos alunos compreenderam os conteúdos e produziram, além de poderem trocar experiência”, disse.
Outro projeto, ainda em fase experimental, mas que atraiu a curiosidade, foram os sabonetes em barra e líquido de pequi com mel, produzidos pela professora Nilza Nantes da Silva, da escola “Darthesy Novaes Caminha”. A ideia da produção surgiu a partir do projeto “Frutos do Cerrado”, desenvolvido pela professora em sua especialização. Além do sabonete, ela escreveu um livro bilíngue, escrito em Português e Inglês, falando sobre o pequi por meio de um personagem criado por ela mesma, o Quinzinho. Com isso, além de aprenderem a fazer um produto que pode contribuir com a renda familiar, as crianças ainda estudaram conteúdos de Língua Portuguesa e Inglês, tudo a partir de uma fruta do Cerrado.
Pedagógico
A Expocampo não tem como foco apenas a produção de alimentos e produtos das unidades. Os projetos pedagógicos abusaram da criatividade e incrementaram o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Um exemplo é o da professora Marta Lima, da Escola “Isauro Bento Nogueira”, que criou uma história que se passa em uma chácara de um avô fictício. A partir desta narrativa, ela elaborou diversos jogos lúdicos e até calendários para ajudar na alfabetização e no ensino dos números e conceitos de grandeza e medidas.
“A Expocampo é a oportunidade de divulgar e trocar ideias com os colegas sobre atividades. Por mais que elas sejam simples, têm um efeito importante na aprendizagem das crianças”, destacou.
Pela primeira vez participando da exposição, a aluna Rayssa da Silva Calheiros, do 8º ano da escola “Darthesy Novaes Caminha”, estava feliz em explicar as atividades das quais participou ao longo do ano. “Nunca imaginei aprender a fazer sabonete de pequi. É algo diferente e até já dei ideia para minha mãe para a gente fazer em casa”, pontuou.
O evento ainda contou com a presença da secretária-adjunta, Soraia Campos, superintendentes e técnicos da Semed.
› FONTE: http://www.campogrande.ms.gov.br