Discutir questões relacionadas aos direitos das mulheres, com o objetivo de promover a autoestima e combater o preconceito. Foi com essa proposta que a professora de língua portuguesa, Andrea Cristina Werneck, desenvolveu neste semestre, na escola “Professor Licurgo de Oliveira Bastos”, o projeto “Mulheres Extraordinárias”, que teve como foco uma turma de alunos do 7º ano.
A ideia do trabalho surgiu após a professora ter contato com o projeto da professora Gina Vieira, “Mulheres Inspiradoras”, que ficou conhecido nacionalmente e tem a mesma proposta de valorização feminina. Para abordar o tema, a professora apresentou aos alunos os livros “Eu sou Malala”, da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz por defender o direito das mulheres estudarem em seu país e “O Diário de Anne Frank”, que foi uma adolescente alemã, de origem judaica, vítima do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
O projeto resultou em uma cerimônia que homenageou 17 mulheres que atuam em diversos segmentos da sociedade campo-grandense e que têm se destacado por realizarem trabalhos em defesa da valorização da mulher nas áreas social, jurídica, educação, artes e serviço comunitário.
Entre as homenageadas estavam a secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, a secretária-adjunta, Soraia Campos, e a superintendente de Gestão e Normas da Rede Municipal de Ensino, Alelis Gomes. Também teve destaque a subsecretária municipal de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, além de servidoras da escola.
“Para nós, é um orgulho e alegria participar desse projeto. Ele representa o trabalho de excelência que desenvolvemos em nossas unidades, proporcionando momento importantes de aprendizagem como este. Nós, mulheres, sempre podemos mais. Basta acreditar em nossa força, todas nós somos extraordinárias”, enfatizou a secretária Elza Fernandes.
A idealizadora do projeto destacou que seu objetivo foi aproximar os alunos da realidade das mulheres, tornando-os intermediadores do processo, estimulando à reflexão. “Desde pequenas, nós, mulheres, somos ensinadas a agir como princesas a serem “salvas” por príncipes. A sociedade, a mídia, as instituições, a família impõem padrões de comportamento que nos subestimam e nos convencem de que somos incapazes de alcançar nossos objetivos com nossas próprias qualidades. As meninas podem ser o que quiserem, mas é importante elas conquistarem autonomia”, disse a professora Andrea.
Aprendizado
A cerimônia de homenagens contou com apresentações artísticas que retrataram os temas abordados em sala de aula, como bullying, preconceito e assédio, por meio de esquetes de teatro, danças e música, incluindo convidados como um grupo de dança do ventre formado por cadeirantes e a artista plástica Lúcia Mont Serrat Alves Bueno, que produziu diversos desenhos durante a cerimônia, inspirada nas histórias e atrações culturais.
Para os alunos que foram protagonistas da iniciativa, o projeto foi transformador. A aluna Priscila Martins dos Santos, que nunca tinha ouvido falar em Malala, disse que ficou impactada com a história da ativista. “É um exemplo que quero seguir em minha vida. Ter alguém que pode levantar a voz incentiva outras pessoas. Quero compartilhar tudo o que aprendi neste projeto. Também sofri muito preconceito por ser negra, mas não me abalo”, destacou.
Na opinião do aluno Isaque Ferreira Massa, a ação da professora também serviu para alertar os meninos quanto a atitudes machistas que às vezes os homens têm e não prestam atenção. “As meninas têm que ser tratadas com os mesmos direitos e além disso, no projeto eu aprendi que não devemos desistir dos nossos sonhos, apesar do preconceitos"
› FONTE: http://www.campogrande.ms.gov.br