Em uma reunião realizada no Ministério Público Estadual, o secretário municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luís Eduardo Costa, juntamente com representantes de órgãos públicos, entidades de classe e iniciativa privada, discutiram a correta destinação e reaproveitamento dos resíduos da construção civil em Campo Grande.
O secretário da Semadur, destacou o grande avanço da gestão municipal com a implantação do sistema responsável pela gestão, cadastramento e emissão do Controle de Transporte de Resíduos por meio eletrônico (E-CTR) “Este controle é um marco para o município, pois antes não havia todo esse cuidado e controle. Tínhamos uma cadeia desestruturada em relação ao descarte desses resíduos e hoje podemos mensurar e acompanhar a destinação. Desde a implantação do sistema, em março deste ano até hoje, já foram emitidas mais de 69 mil E-CTR e em 2018, quando a emissão era realizada via papel, foram cerca de três mil apenas. E agora estamos trabalhando para uma metodologia construtiva de reaproveitamento desses Resíduos da Construção Civil (RCC)”.
Luís Eduardo Costa afirmou que é necessário discutir a necessidade de mitigação dessa questão do descarte irregular que ainda ocorre e o reaproveitamento desses resíduos “É pertinente este encontro com representantes do Ministério Público, Governo do Estado, assim como as entidades e empresários do setor. Pensar em conjunto e de forma coletiva já que estamos diante de uma cadeia sustentável de mercado, sabemos que não será fácil, mas precisamos avançar nesse sentido”, pontou o secretário.
O promotor de justiça da 34ª Promotoria de Justiça, Luiz Antônio Freitas de Almeida, enfatizou que a ideia principal da reunião é o apontamento de caminhos para a solução dessa problemática “O objeto dessa reunião é a tratativa para solução consensual em relação aos descartes irregulares dos resíduos da construção, bem como o reaproveitamento desse material”.
A professora de engenharia civil e doutora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ana Paula da Silva Milani, pontuou que além do reaproveitamento desses materiais é necessário a realização da logística reversa “Fazer a logística reversa é uma das grandes questões, precisamos também diminuir ao máximo a produção dos resíduos. Além de trabalhar no controle e certificação desses resíduos para o seu reaproveitamento”.
O representante do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon) e também empresário, Anagildes Caetano de Oliveira, contou que já viajou por 22 países estudando esse assunto e que há grande dificuldade na correta separação dos materiais para o posterior reaproveitamento “Em Campo Grande já reaproveitamos os resíduos da construção civil a partir das normas existentes para a correta utilização. A dificuldade enquanto recicladores é a saída desse material. Precisamos que o poder público nos apoie na reutilização desse material”.
O representante do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Silva Bernardes, ressaltou a relevância dessas reuniões para debater o assunto e buscar soluções “Devemos unir esforços. Saímos com a tarefa de verificar a questão de como poderemos certificar esses resíduos, além de trabalhar a questão da educação ambiental e trazer todos os agentes envolvidos para a discussão de boas práticas”.
Também estiveram presentes representantes da Agesul, Imasul, Semadur, UFMS, Plaenge, HVM Corporações, Construtora Maksoud, Vanguard Home.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Esta ação atende ao objetivo 12 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um compromisso da Prefeitura de Campo Grande com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse ODS tem como propósito assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Dentre as metas do objetivo 12 aplicadas neste caso: alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais; reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destes, de acordo com os marcos internacionais acordados, e reduzir significativamente a liberação destes para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente.
› FONTE: http://www.campogrande.ms.gov.br