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AGENTES PARTICIPAM DE CAPACITAÇÃO EM NOVA FASE DO PROJETO WOLBACHIA

Publicado em 21/08/2019 Editoria: Saúde sem comentários Comente! Imprimir


Cerca de 60 servidores participam de capacitação nesta manhã. (Foto: Michel Faustino).

Cerca de 60 servidores participam de capacitação nesta manhã. (Foto: Michel Faustino).

Agentes de combate às endemias e comunitário de saúde da Região Urbana do Bandeira participam na manhã desta quarta-feira (21) de capacitação que faz parte de uma nova etapa do Método Wolbachia, que pretende neutralizar a transmissão da dengue, zika e chikungunya, utilizando o próprio vetor da doença, o mosquito Aedes Aegypti. Durante esta fase, o agente terá papel fundamental na orientação e mobilização da população.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, destaca que a implementação do projeto será uma peça fundamental e estratégica no combate e enfrentamento de epidemias futuras.

“Saímos recentemente de uma das piores epidemiais de dengue já enfrentadas em nosso município e essa experiência nos faz ter a certeza que precisamos ter novas alternativas para fazer o combate ao mosquito Aedes aegypti e isso está se consolidando através desta parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que coloca a tecnologia e a ciência a favor da saúde da população. Certamente teremos somente resultados positivos”, disse.

Conforme o secretário, apesar das perspectivas envolvendo o projeto serem positivas, as ações habituais de combate ao mosquito devem continuar e, inclusive, ser intensificadas.

“O projeto vem como um complemento as nossas ações. Mesmo contando com essa possibilidade nós temos que nos manter vigilâncias, intensificando as ações de manejo e bloqueio, através dos mutirões nos bairros onde os indices ainda estão altos”, complementa.

A primeira etapa desse projeto aconteceu há aproximadamente dois meses, quando foram coletados mais de nove mil ovos do mosquito e enviados para a sede da Fiocruz no Rio de Janeiro. Lá eles foram infectados com a bactéria wolbachia, que existe em boa parte dos insetos, mas que não é comum no Aedes.

A expectativa é que estes ovos comecem a ser implantados  em novembro deste ano nas residências da região das Moreninhas. A quantidade e a data exata dependem do retorno da Fiocruz, que irá enviar parte dos ovos infectados para Campo Grande.

A região das Moreninhas foi escolhida por ser uma área que não tem muitos outros bairros por perto, o que permite com que o mosquito infectado permaneça no local estabelecido, sendo possível o controle da infestação da população de Aedes Aegypti.

Wolbachia

A Wolbachia é uma bactéria presente na maioria dos insetos (cerca de 60%), como abelhas e borboletas, mas não é naturalmente encontrada no aedes aegypti. Quando implantada no mosquito, ela tem a capacidade de fazer com que o inseto não transmita dengue, Zika e chikungunya, mesmo que o vírus esteja em seu organismo. Mais recentemente, pesquisadores mostraram que ela inibe também a transmissão de febre amarela.

O objetivo de liberar mosquitos com Wolbachia na natureza é fazer com que eles se reproduzam e criem uma nova população de mosquitos que carregam a Wolbachia. Essa nova população, portanto, será inofensiva para os seres humanos. As picadas pelas fêmeas, é claro, continuam acontecendo normalmente, mas não há transmissão de vírus.

› FONTE: http://www.campogrande.ms.gov.br


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